Chegou a hora de conhecer a Escala Menor em suas três possibilidades.
Escalas Menores: Natural, Harmônica e Melódica
Antes de começar com a teoria musical, assista esta aula/música super divertida, e aprenda as Escalas Menores com este vídeo que com certeza é bem diferente de tudo o que você já viu sobre este assunto:
Tudo Sobre as Escalas Menores
Você está preparado para aprender?
As escalas menores são escalas independentes, entretanto, para facilitar o entendimento, é importante que você conheça muito bem a Escala Maior.
Mas antes de aprender as escalas menores, precisamos falar rapidamente sobre os Graus Tonais e Graus Modais.
Graus Tonais
Os Graus Tonais são responsáveis por determinar o tom da escala. Eles são intervalos Justos.
Temos os graus I, IV e V como Graus Tonais.
Graus Modais
Graus Modais têm a função de determinar o modo da escala, ou seja, se ela será maior ou menor.
Os Graus Modais são o III, VI e o VII.
Se compararmos duas escalas com a mesma tônica, estes graus irão diferenciar a escala maior da menor.
Escala Menor Natural
Após entender como se comportam os graus e intervalos na Escala Maior, aprender a Escala Menor se torna muito mais fácil.
A “Fórmula” da Escala Menor
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Na formação das Escalas Menores, os graus modais (III, VI e VII), sofrerão alterações em relação à escala maior. Estes graus serão “bemolizados”, ou seja: sofrerão uma redução de meio tom.
Dessa maneira, a estrutura de intervalos da escala menor será:
T – ST – T – T – ST – T – T
Vamos ver a seguir como se comporta escala de Dó menor:
Repare que o III, VI e VII graus sofreram alterações em relação à escala de Dó Maior. Isto irá ocorrer com a formação de todas as outras escalas menores.
Vamos ver agora, por exemplo, em Sol Menor:
Note que os graus III, VI e VII sofreram uma redução de meio tom em relação à escala de Sol Maior.
* Importante: É fundamental reparar que apesar de o sétimo grau ser um Fá natural, ele também foi “bemolizado” e está meio tom abaixo em relação ao sétimo grau da escala de Sol Maior, que é um Fá#. Com isso, entendemos que os graus modais menores estarão meio tom abaixo em relação aos seus graus da escala maior correspondente, mas isto não significa que eles serão sempre notas com acidentes.
A Escala Menor nos 12 Tons
Veja agora uma tabela com todas as escalas menores:
* Importante: Assim como nas escalas maiores, devemos nos atentar às escalas menores sinalizadas na tabela anterior. No caso das escalas que contém em sua formação os acidentes “incomuns”, (##, ♭♭, E#, B#, C♭ e F♭). é preferível que você utilize a escala enarmônica equivalente.
As 3 Formas da Escala Menor
Para entendermos a formação e o motivo da criação das Escalas Menores Harmônica e Melódica devemos ter bem enraizado em nossa mente o conceito de preparação dominante, ou seja, a ideia central da harmonia tonal.
Caso você não lembre bem desse assunto, visite nossos posts sobre:
Revise estes assuntos necessariamente nesta ordem, assim, você terá o conhecimento básico necessário para entender a formação das Escalas Menores Harmônica e da Melódica.
Escala Menor Natural e a Ausência da Preparação Dominante
Relembrando rapidamente, é muito comum ocorrer nas músicas um movimento de preparação em direção à um repouso, gerado pela passagem da sétima maior (sensível) chegando até à Tônica.
Esse movimento fica evidente ao sairmos do acorde de Grau V até o grau I, ou seja, do Acorde Dominante (V) até o corde Tônica (I).
Agora, vamos relembrar a Formação da Escala Menor Natural:
T – ST – T – T – ST – T – T
Aplicando-se, por exemplo, ao tom de Lá menor, temos:
Ela NÃO POSSUI A SENSÍVEL! O sétimo grau dela é menor (bVII), portanto, na Escala Menor Natural não ocorre a Preparação, que a ideia central da Harmonia Tonal.
Sendo assim, podemos concluir que a Escala Menor Natural é MODAL! Ela vem do modo Eólico – mas isso é assunto mais para frente, vamos nos ater a harmonia tonal, por enquanto.
Portanto, agora que entendemos essa característica da Menor Natural estamos aptos à entender a formação das outras escalas menores.
Escala Menor Harmônica
A Escala Menor Harmônica foi criada justamente para resolver o problema da ausência de Preparação na Menor Natural.
Dessa Maneira, basta adicionarmos um Semitom ao sétimo grau – elevando a sétima menor (bVII) para uma sétima maior (VII) – e teremos agora uma escala menor com uma VII, ou seja, tendo uma sensível e possibilitando a ideia da Preparação Dominante.
Observe abaixo a formação da Escala Menor Harmônica:
T – ST – T – T – ST – (T+ST) – ST
Repare que entre a sexta menor (bVI) e a sétima maior (VII) temos um tom e meio.
Aplicando-se, por exemplo, ao tom de Lá menor, temos:
Toque esta escala e perceba que, quando realizamos esta alteração, temos um som bem forte e característico, entretanto, esta sonoridade não agradou todo mundo.
Tendo em conta o imaginário popular e os estereótipos difundidos em nossa sociedade, ela relembra o universo árabe/cigano/oriental, e vale frisar que na época da criação dessa escala estávamos em um contexto de Europa predominantemente católica no Século XIX.
Portanto, você pode imaginar que a igreja não ficou muito empolgada com a sonoridade da Menor Harmônica…
Vale lembrar, contudo, que a Escala Menor Harmônica é muito comum hoje em dia.
Vários guitarristas consagrados, como por exemplo, Carlos Santana, utilizam muito esta escala.
A sonoridade dela é bem interessante!
Escala Menor Melódica
Tendo em vista esta situação, outra Escala foi criada para resolver o problema da melodia.
Adicionou-se um Semitom ao sexto grau, ou seja, agora temos um intervalo de VI, ao invés da bVI, presente tanto na Menor Harmônica, quanto na Menor Natural.
A adição de uma VI, mantendo também a VII, promoveu uma sonoridade interessante à escala menor, resolveu (eliminou) a questão da sonoridade “oriental” e manteve a característica tonal da VII.
Dessa maneira, o nome dado a esta Escala que “resolveu” o problema da melodia foi: Escala Menor Melódica.
Observe a formação da Menor Melódica:
T – ST – T – T – T – T – ST
Aplicando-se, por exemplo, ao tom de Lá menor, temos:
Resumindo…
Vamos fazer um compilado aqui para ajudar a entender melhor as três Escalas Menores:
- Escala Menor Natural
I – II – bIII – IV – V – bVI – bVII
- Escala Menor Harmônica
I – II – bIII – IV – V – bVI – VII
- Escala Menor Melódica
I – II – bIII – IV – V – VI – VII
Atenção!
- Observe que os 5 primeiros graus das três escalas possuem a mesma formação intervalar, isto é: I, II, bIII, IV e V.
- A terça menor (bIII) não pode ser alterada, pois é ela quem define a característica “menor” das escalas.
- Da Menor Natural para a Menor Harmônica só temos uma nota de diferença – bVII (na natural), enquanto temos o VII (na harmônica).
- Da Menor Harmônica para a Menor Melódica só temos uma nota de diferença – bVI (na natural), enquanto temos o VI (na harmônica).
Pratique bastante essas escalas e as mudanças entre elas.
Quando pensamos nas tonalidades menores, pensamos nas três possibilidades de escalas possíveis.
Dependendo da harmonia, você terá momentos de progressão que estão baseados na Menor Natural, depois pode haver uma passagem para a Menor Harmônica, e também momentos de progressões baseadas na Menor Melódica, ou seja, quando falamos em Tons menores, falamos sempre nas 3 possibilidades de escalas em uma única música.
Para ter domínio nas tonalidades menores, as três formas de escala devem estar muito bem estudadas e dominadas por você em seu Instrumento!
Se você quiser descobrir como fazer as Escalas Menores: Harmônica e Menor Melódica no violão/guitarra, é só dar o play:
E o Campo Harmônico Menor?
Agora que você já entendeu tudo sobre as Escalas Menores, está pronto para dar o próximo passo que é entender como montamos o Campo Harmônico Menor:
Se você preferir, também temos o post sobre o tema: É só clicar aqui
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