Trítono
Você sabia que na Idade Média, a Igreja Católica proibia a utilização do Trítono?
Isto acontecia, pois este intervalo de 3 tons (daí vem o nome Trítono) produz uma dissonância que na época era considerada demoníaca.
Ele possui uma característica sonora muito marcante, transmitindo uma sensação de tensão e movimento na música.
Esta é uma das principais características da Harmonia Funcional.
Hoje em dia, este intervalo é vastamente utilizado na nossa Harmonia.
O que é Trítono?
O trítono é um intervalo de 3 tons, ou seja, metade de uma oitava, presente entre a 4J e a 7M da tonalidade em questão (também podemos pensar que ele está presente entre a 3M e a 7m do acorde dominante).
Vamos pensar no tom de dó maior.
Como vimos no post sobre intervalos, a 4J e a 7M de dó maior são fá e si, respectivamente.
Podemos concluir então que o este é trítono da tonalidade de dó maior.
O acorde dominante do campo harmônico de dó maior é o G7 (V7).
Se formos analisar as notas que fazem parte desta tétrade veremos que sua 3M e a 7m são si e fá.
Podemos ver então que o acorde de G7 possui o trítono da tonalidade de dó, ou seja o intervalo de 3 tons, que nesse caso se deu entre o si e o fá.
Preparação Dominante
A principal ideia da harmonia funcional é a preparação dominante.
Ela é a base para podermos analisar o caminho, ou “discurso” harmônico de uma música.
Dominante Primário
Basicamente a ideia é a de que qualquer acorde do modo maior ou menor pode ser preparado por um acorde situado uma 5J acima dele, ou seja, pelo acorde dominante (V7).
Sendo assim, C7M, por exemplo pode ser preparado pelo G7, assim como A7M pode ser preparado por E7; Dm7 preparado por A7…
Exemplos:
O trítono presente nos acordes dominantes possuem forte atração para resolução no grau I pois a 3M do acorde dominante (V7) atinge a tônica do grau I (grau de resolução), seja maior ou menor, por um semitom ascendente.
Já a 7m do acorde dominante (V7) atinge a terça do grau I (grau de resolução) por um semitom descendente, no caso de concluir em um acorde maior (I7M), ou um tom descendente, caso conclua em um acorde menor (Im7).
Vale lembrar que o movimento preparação/conclusão pode ser realizado sem a presença do trítono.
A passagem da 7M (também chamada de Sensível!) da tonalidade indo para o Tônica é a responsável por gerar a sensação de preparação e conclusão.
Isso quer dizer que podemos utilizar as tríades para gerar essa sensação de movimento.
O acorde de G (quinto grau de dó) possui a nota si (que com relação ao acorde de G é a 3M, porém, em relação a tonalidade de dó maior ela é a 7M). Quando saímos do acorde de G e vamos para C, temos a passagem da nota si (3M de G) chegando a nota dó (fundamental de C)
Por isso a 7M é tão importante e recebe o nome de Sensível!
Veremos em outras postagens que todas as preparações envolvem a passagem da sensível indo para a tônica.
O trítono apenas “realça” a sensação de preparação, aumentando o “impacto” da progressão V > I.
Vimos então que o Grau V7 é o acorde responsável por preparar o grau I.
Dizemos então que o dominante(V7) do Grau I de uma determinada tonalidade é chamado de dominante primário, pois é o acorde que prepara para o tom principal da música, por exemplo: Grau V7 > I (maior ou menor)
E aí?! Ficou curioso com esse papo de diabolos in musica? Confira a matéria abaixo para saber mais:
https://whiplash.net/materias/curiosidades/064399-slayer.html
Se ficou com alguma dúvida não deixe de comentar e rever nossos artigos sobre Campo Harmônico e Formação de Acordes.
Eles são fundamentais para o pleno entendimento deste post!
Mais Populares