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Escalas de Acordes – Menor Harmônica

Dando continuidade às Escalas de Acordes Menores, hoje vamos falar das Escalas do Campo Harmônico da Menor Harmônica.

ATENÇÃO: É essencial que você já tenha lido nosso post sobre Escala de Acordes do Campo Harmônico Maior e sobre a Escala de Acordes do Campo Harmônico Menor Natural. 

Neles, nós explicamos toda a metodologia utilizada para compreendermos este estudo e como são formadas as escalas destes campos harmônicos.

Explicamos o que são notas de acordenotas de tensão e notas de passagem, conceitos essenciais para compreendermos as escalas de acorde.

Portanto, se você ainda não leu esses posts, não deixe de conferí-los.

Escalas de Acordes da Menor Harmônica

Chegou a vez de descobrir quais notas podem ser utilizadas como tensão e como passagem em todos os 7 Graus do Campo Harmônico da Menor Harmônica.

O primeiro passo para montarmos as escalas do acorde é analisando cada acorde, começando desde o primeiro grau até chegarmos ao sétimo.

Depois que montarmos as Notas da Tétrade (Notas de Acorde), devemos completar utilizando as notas restantes da Escala que originou o acorde. Aí, teremos então, as Notas de Tensão e Notas de Passagem.

Método:

  • Caso a nota da escala esteja a 1 Tom de distância da nota de acorde anterior, ela é nota de Tensão, caso ela esteja a 1 Semitom de distância da nota de acorde anterior, é nota de passagem.
  • Classificaremos as tensões em referência do acorde, e não em relação ao tom. Por exemplo.: No quarto grau do Campo Harmônico de Dó temos o acorde F7M. Quando colocarmos a nota si para completar a escala devemos perguntar: o que a nota Si é em relação a Fá? Ela é uma quarta aumentada.
  • Quando a nota da escala for uma tensão, iremos utilizar os intervalos compostos. Quando a nota da escala for de passagem, usaremos intervalos simples.
  • Pegando o mesmo exemplo acima, o Si seria classificado como Quarta aumentada (#4) caso fosse uma nota de passagem. Se ele fosse uma nota de tensão seria uma Décima primeira aumentada (#11).

Pode parecer complicado, mas conforme formos fazendo, tudo se tornará mais simples.

A prática vai ajudar a compreensão.

Informações Básicas Importantes:

Para este post, é bom relembrarmos as notas da Escala Menor Harmônica e do Campo Harmônico Menor Harmônica.

Tomaremos como base o tom de Lá Menor.

  • Escala Menor Harmônica

Graus: I – II – bIII – IV – V – bVI – VII

Notas: A    B       C        D       E       F        G#   

  • Campo Harmônico da Menor Harmônica

Im7M –  IIm7(b5) –  bIII7M(#5) –  IVm7 –  V7 –  bVI7M – VII°

Am7M  –  Bm7(b5)  –   C7M(#5)  –  Dm7   – E7   –  F7M   – G#°

Menor Harmônica – Im7M

Nossa primeira escala partirá do primeiro acorde do Campo Harmônico da Menor Harmônica, o Im7M.

Vamos fazer tudo aqui pensando na tonalidade de Lá Menor, logo, é essa escala que nos servirá de base.

Primeiro Passo:

Montar a Tétrade: Am7M – Notas > Lá, Dó, Mi, Sol#.

Segundo Passo: Completar a escala com as notas restantes > Si, Ré, Fá.

Juntado tudo: Lá, Si, Dó, Ré Mi, Fá, Sol#

Repare que do Si para o Lá temos 1 Tom de distância, logo, segundo nossa regra, O Si é nota de tensão. E vimos que Notas de Tensão serão representadas por intervalos compostos: Si seria a segunda, no caso, será a T9 (Tensão Nove).

Do Ré para o Dó temos 1 Tom de distância, logo, segundo nossa regra, O Ré é nota de tensão. E vimos que Notas de Tensão serão representadas por intervalos compostos: Ré seria a quarta, no caso, será a T11 (Tensão onze).

Do Fá para o Mi temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra o Fá será nota de Passagem. Ele Será Pb6 (Nota de Passagem e seu intervalo em relação à fundamental do acorde é de sexta menor, portanto, b6).

Após todo esse processo, geramos a seguinte escala para o Am7M:

escala-menor-harmônica
  • Tensões da Escala Menor Harmônica: 1 – T9 – b3 – T11 – 5 – Pb6 – 7
  • Acordes Possíveis: Im7M – Im7M(9) – Im7M(11) – Im7M(9,11)

Jônia #5- bIII7M(#5)

Agora vamos construir nossa escala sobre o Terceiro acorde do Campo Harmônico Menor Harmônica, o bIII7M(#5).

Montar a Tétrade: C7M – Notas > Dó, Mi, Sol#, Si.

Segundo Passo: Completar a escala com as notas restantes > Ré, Fá e Lá.

Juntado tudo: Dó, Ré, Mi, Fá Sol#, Lá, Si.

Repare que do Ré para o Dó temos 1 Tom de distância, logo, segundo nossa regra, O Ré é nota de tensão. E vimos que Notas de Tensão serão representadas por intervalos compostos: Ré seria a segunda, no caso, será a T9 (Tensão Nove).

Do Fá para o Mi temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra, será nota de passagem. Notas de Passagem serão representadas com intervalos simples, portanto: P4 (Nota de Passagem e ela é uma quarta em relação à fundamental do acorde).

Do Lá para o Sol# temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra o Lá será nota de Passagem. Notas de Passagem serão representadas com intervalos simples, portanto: P6 (Nota de Passagem e ela é uma sexta em relação à fundamental do acorde).

Após todo esse processo, geramos a seguinte escala para o C7M(#5):

escala-jonia#5
  • Tensões da Escala Jônia #5:1 – T9 – 3 – P4 – #5 – P6 – 7
  • Acordes Possíveis: bIII7M(#5) – bIII7M(#5,9)

Mixo b9 b13- V7

Agora vamos construir nossa escala sobre o quinto acorde do Campo Harmônico da Menor Harmônica, o V7.

Primeiro Passo:

Montar a Tétrade: E7 – Notas > Mi, Sol#, Si, Ré

Segundo Passo: Completar a escala com as notas restantes > Fá, Lá, Dó

Juntado tudo: Mi, Fá, Sol#, Lá, Si, Dó, Ré.

Repare que do Fá para o Mi temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra, O Fá seria nota de Passagem.

Contudo, nos acordes dominantes algumas coisas mudam um pouco.

Este tipo de acorde é muito mais receptível à algumas tensões que não são bem aceitas por outros tipos de acordes (como maiores e menores por exemplo).

Trata-se de uma questão cultural.

Nosso ouvido foi “aceitando” ao longo dos anos, tensões como b9 e #9 em acordes dominantes, porém, não para acordes maiores e menores.

Partindo deste princípio, o Fá será a Tb9 (Nota de Tensão e seu intervalo em relação à fundamental do acorde é de nona menor, portanto, b9).

Ou seja, nos acordes dominantes poderemos ter Tensões como b9, #9, b13…você verá tudo isso aqui com a gente.

Do Lá para o Sol# temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra, será nota de Passagem. Será a P4 (Nota de Tensão e seu intervalo em relação à fundamental é de quarta).

Do Dó para o Si temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra o Dó será nota de Passagem.

Porém, novamente, nos acordes dominantes essa regra muda, pois, como já falamos, eles aceitam tensões mais “tortas”

Ele Será Tb13 (Nota de Tensão e seu intervalo em relação à fundamental do acorde é de décima terceira menor, portanto, b13).

Após todo esse processo, geramos a seguinte escala para o E7:

escala-mixob9b13
  • Tensões da Escala Mixo b9 b13: 1 – Pb2 – b3 – T11 – 5 – Pb6 – b7
  • Acordes Possíveis: V7 – V7(b9) – V7(b13) – V7(b9,b13)

Diminuta do Sétimo Grau – VII°

Agora vamos construir nossa escala sobre o sétimo acorde do Campo Harmônico da Menor Harmônica, o VII°.

Primeiro Passo:

Montar a Tétrade: G#° – Notas > Sol#, Si, Ré, Fá.

Segundo Passo: Completar a escala com as notas restantes > Lá, Dó, Mi.

Juntado tudo: Sol#, Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá.

Repare que do Lá para o Sol# temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra, O Lá é nota de Passagem. Ele será a Pb2 (Nota de passagem e seu intervalo em relação à fundamental do acorde é de segunda menor, portanto, Pb2).

Do Dó para o Si temos 1 Semitom de distância, logo, segundo nossa regra, será nota de Passagem. Será a Pb4 (Nota de Passagem e seu intervalo em relação à fundamental do acorde é de quarta diminuta, logo b4).

Do Mi para o Ré temos 1 Tom de distância, logo, segundo nossa regra o Mi será nota de Tensão. Ele Será Tb13 (Nota de tensão e seu intervalo em relação à fundamental do acorde é de décima terceira menor, portanto, b13).

Após todo esse processo, geramos a seguinte escala para o G#°:

escala-diminutado7
  • Tensões da Escala Diminuta do VII: 1 – Pb2 – b3 – Pb4 – b5 – Tb13 – bb7
  • Acordes Possíveis: VII° – VII°(b13)

Mas e os Acordes Pares da Menor Harmônica?

A essa altura você já deve ter reparado que fizemos apenas as Escalas dos Acordes ímpares na menor Harmônica.

Por que, raios, então, pulamos os pares?

A resposta é simples: Os acordes pares do Campo Harmônico da Menor Harmônica, são os mesmos da Menor Natural, portanto, nesses acordes iremos pensar as mesmas escalas que fizemos para os acordes pares da Menor Natural.

Claro, que, por ter uma nota de diferença (o Sol# na harmônica e o Sol na natural), nos acordes pares nós teríamos diferenças nas notas de tensão, e poderíamos gerar outras escalas.

Mas isso veremos mais pra frente, pois são escalas muito pouco utilizadas.

Resumão:

Agora que aprendeu a montar as Escalas de Acordes na Menor harmônica em Lá menor, você já é capaz de fazer o mesmo em qualquer tonalidade. O processo é o mesmo.

As tensões e notas de passagem de cada Tipo de Escala de Acorde serão sempre as mesmas.

Portanto, basta apenas montar o Campo Harmônico da Tonalidade que você quer de forma correta e aplicar as tensões e notas de passagem de cada Escala.

Resumindo aqui para vocês, no Tom de Lá Menor:

escala-de-acordes-menor-harmonica

Obs.: As notas de passagem estão entre parênteses.

Chegou a Hora de Aplicar ao Instrumento

Agora que você aprendeu a montar as Escalas de Acorde no Papel, chegou a vez de passar para seu instrumento.

Monte os acordes e aplique as tensões possíveis de acordo com a Escala do acorde do Momento.

Procure bases na internet e tente improvisar tentando repousar nas notas de acorde, depois faça o mesmo com as notas de tensão.

Perceba a sonoridade e o impacto causado ao repousar nas notas de acorde e nas notas de tensão. Quais sensações elas geram?

Nas notas de passagem, procure usá-las em tempos fracos no compasso e por pouco tempo, apenas passeando por elas sem repouso.

Nos acordes, nem pense em colocar as notas de passagem…

Bons Estudos!

Divirtam-se.

Abraços.

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