Você já ouviu falar em Dominante Secundário?
Esse termo é muito comum quando o assunto é harmonia e também é um recurso muito utilizado na composição e harmonização.
Explicaremos aqui o que são esses acordes, de onde eles vêm e como analisá-los harmonicamente.
Dominante secundário
Em uma música, podemos ter momentos de “distanciamento” dos acordes em relação ao tom principal, onde aparecem elementos de outro tom, chamado de tom secundário.
Esses momentos, geralmente, são caracterizados pela presença do dominante secundário.
Os tons secundários são os tons vizinhos diretos e indiretos mais o tom relativo à tonalidade principal.
Os tons vizinhos são aqueles que possuem a mesma armadura de clave, ou uma armadura com apenas uma alteração de diferença entre eles.
Portanto, tons considerados vizinhos tem, no máximo, 1 notas de diferença, por isso são chamados de vizinhos.
Para entender tudo sobre tons vizinhos, clique aqui.
Tons Secundários
Retornando aos tons secundários, temos os exemplos no tom de Dó Maior:
- Tons Vizinhos Diretos: Fá e Sol;
- Tons Vizinhos Indiretos: Dm e Em;
- Tom relativo: Am;
Observe que se juntarmos os tons acima ao de Dó Maior teremos os seguintes acordes do Campo Harmônico:
I – IIm – IIIm – IV – V – VIm
C – Dm – Em – F – G – Am
O dominante que prepara o Grau I, como já sabemos é o Dominante Primário.
Contudo, os outros acordes do campo harmônico também pode ter seus próprios dominantes.
Esses acordes dominantes que preparam os acordes do campo harmônico, que não seja o Grau I, são os Dominantes secundários.
Eles recebem esse nome pois estão preparando os acordes dos tons secundários ao de Dó Maior, como vimos mais acima.
Observando na prática
Uma música que esteja no tom de dó maior o acorde G7 é chamado de dominante primário, pois ele é o V7 em relação ao I7M do tom da música (C7M).
Entretanto, podemos ter em algum momento o acorde de B7. Sabemos que esse acorde é dominante, devido sua formação, porém, o B7 é o V7 do tom de Mi, e não de Dó.
Chamamos esse acorde de B7 de dominante secundário, pois ele é o dominante de uma tonalidade diferente (secundária) do tom principal.
Análise Harmônica do dominante secundário
Vamos observar melhor esse exemplo com a seguinte progressão:
C7M / Am7 / Dm7 / G7 / C7M / Dm7 / B7 / Em7
Observe que primeiramente o G7 aparece preparando para o C7M que é o tom principal da música, portanto, trata-se do dominante primário concluindo no grau I.
Posteriormente vemos um B7 preparando para o Em7. Estes dois acordes formam uma sequência de tom secundário.
Quando analisamos tal sequência devemos sinalizar uma seta do B7 para o Em7. Além disso, o Em7 deve ser analisado como IIIm7, ou seja, sua análise vem em relação ao tom principal.
Observe a figura abaixo:
Observe que o B7 não recebe o V7, pois ele não é o dominante primário.
A seta já indica que ele é um acorde dominante concluindo no Em7, que apesar de ser o Grau I em relação ao B7, também é o Grau IIIm7 em relação à Dó maior, e esta última análise é a que prevalece.
Em resumo, analisamos o dominante em relação ao tom secundário e o acorde que conclui em relação ao tom principal.
B7 é um dominante secundário de Em7, que é o terceiro grau em relação ao tom principal de dó.
Sequências de Dominantes Secundários
Veja a seguir a sequência de dominantes secundários no tom de dó maior.
*Observe que o único acorde que não apresenta um dominante secundário é o do grau VIIm7(b5).
Lembrando sua formação podemos ver que ele tem uma 5dim. Essa característica não confere a ele uma estabilidade para o repouso da música em um tom secundário.
Em suma, os acordes meio diminutos não são preparáveis, por isso, não existem dominantes secundários para eles.
II – V Secundário
Assim como os dominantes secundários, a cadência II – V pode ser realizada em função de um tom secundário da música.
No tom de dó maior por exemplo, o acorde de F7M pode ser preparado pela sequência Gm7 – C7, ou seja um IIm7 – V7 em relação a Fá.
Nesse caso a análise do dominante secundário deverá ser indicada com uma seta e o dois cadencial com o colchete.
Os graus em números romanos só vão entrar no acorde de conclusão e no dois cadencial, indicando qual é o grau dele em ralação ao tom principal, caso seja necessário.
Veja a figura a seguir para ajudá-lo a compreender.
- F7M é o IV7M, portanto, recebe análise;
- C7 é dominante secundário, preparando Fá, logo a seta indica a conclusão;
- C7 não recebe “V7” pois não é dominante do tom principal (Dó);
- O colchete indica a passagem do dois cadencial para o dominante (que no caso é secundário;
- Gm7 não recebe análise em número romano, pois ele nem é o IIm7 de dó maior e nem outro acorde pertencente ao campo Harmônico de Dó Maior.
Mais um Exemplo:
O mesmo pode acontecer com o acorde do grau V7:
- G7 é o V7 de Dó Maior, portanto, recebe análise;
- D7 é dominante secundário, preparando Sol, logo a seta indica a conclusão;
- Sim! o Dominante primário (G7) também pode ser preparado pelo seu próprio dominante (D7);
- O colchete indica a passagem do dois cadencial para o dominante (que no caso é secundário;
- O Am7 recebeu a análise, pois ele é o VIm7 em relação ao tom principal (Dó).
Obs.: Os acordes menores (graus II, III e VI) também podem ser precedidos por uma sequência II – V, no entanto, os two five menores apresentaram algumas diferenças em sua formação em função das características do Campo Harmônico Menor e serão estudados em outro momento.
Mais Populares