Depois de vermos como são formados os intervalos, as escalas e os acordes, aprenderemos então tudo sobre campo harmônico maior.
Trataremos a aqui do que é, para que serve e como é formado o Campo Harmônico!
Estamos só agora iniciando, de fato, o estudo de Harmonia.
Mas para que serve o Campo Harmônico?
O conhecimento do Campo Harmônico é uma poderosa ferramenta para sua formação musical.
Dominar este assunto lhe permite identificar os tons das músicas apenas analisando seus acordes, entender o papel de cada acorde em diferentes contextos, saber que notas pode usar na hora de improvisar e muito mais.
Você deve estar se perguntando “então o que é, de fato, Harmonia?”
Para responder essa pergunta você deve ter conhecimento das notas, escalas ,intervalos e acordes .
Se você já estudou esses assuntos, pode prosseguir com tranquilidade.
Voltando a pergunta, aqui vai nossa definição de Harmonia:
Harmonia pode ser entendida como um encadeamento (progressão) de acordes que buscam acompanhar uma melodia.
Essa característica da harmonia de depender da melodia é muito importante. Toda melodia sugere harmonia(s) para lhe acompanhar, mas a harmonia não sugere uma melodia.
Campo Harmônico – Definição
Quando analisamos uma progressão de acordes, percebemos que eles podem apresentar vários modos (maiores, menores, com sétima, diminuto…).
E apesar de serem diferentes uns dos outros, nós conseguimos sentir uma coerência entre eles, pontos em comum, uma sonoridade compartilhada que pode nos transmitir diferentes sensações.
Eles são como membros de uma família, onde cada um tem sua função e características próprias, porém, todos eles possuem algo em comum que os conecta.
Essa é a ideia do Campo Harmônico:
Campo Harmônico é uma família (um conjunto) de acordes originados a partir de alguma escala.
Para começarmos a entender este assunto iremos partir do Campo Harmônico originado da Escala Maior.
Campo Harmônico Maior em Tríades
Para montarmos o campo Harmônico Maior vamos utilizar a escala de dó maior como exemplo.
- Iremos montar cada acorde utilizando as notas pertencentes a escala de dó, seguindo a fórmula das tríades.
- Quando estivermos no acorde de C, iremos pegar o primeiro grau, depois o terceiro e depois o quinto da escala, logo às notas dó, mi e sol. Já temos nosso primeiro acorde. Podemos concluir que trata-se de um acorde de C.
- Para montar o segundo acorde iremos utilizar como base ainda a escala de dó (já que o campo harmônico está nesse tom), porém iremos usar o ré como se fosse o primeiro grau.
- Partindo desse princípio vemos que teremos as notas ré, fá e lá, primeiro, terceiro e quinto graus respectivamente (lembrando que contamos a partir do ré).
- Baseado no assunto anterior de tríades, você constatará que se trata de um Dm (ré menor), pois fá é a terça menor de ré.
- Ao fazermos isso com todos os graus da escala maior, teremos todos os 7 acordes do Campo Harmônico maior de dó. Após aplicar essa fórmula em cada grau da escala veremos que cada acorde terá a seguinte formação no campo Harmônico:
Note que em todos os acordes desse campo nós não teremos nenhuma nota alterada em suas formações.
A escala que originou tal campo foi a a de dó e ela não possui nenhuma alteração.
Aplicando em Outras Tonalidades
Se montarmos o campo harmônico de sol, por exemplo, iremos notar que as alterações que aparecerão serão os F#, pois é a nota alterada na escala de G.
É importante atentarmos em que graus do Campo Harmônico ocorrem as tríades Maiores, menores e diminutas.
- Os graus I – IV – V são do modo Maior.
- Os graus II – III – VI são do modo menor.
- O grau VII é Diminuto.
Esse padrão irá se manter em qualquer tom que você montar o Campo Harmônico.
Assim fica mais fácil montá-lo em todas as tonalidades.
Agora que você já sabe como formar o Campo Harmônico em Tríades, você já é capaz de identificar o Tom de algumas canções básicas.
É bem simples.
Basta observar os acordes que estão presentes na música.
Por, exemplo: Se em uma determinada música você encontra a progressão “C – Am – Dm – G” podemos dizer que essa música está no tom de dó.
Isso significa dizer que os acordes dela fazem parte do Campo Harmônico de dó.
Veja se os acordes acima não pertencem aos a graus “I – VI – II – V” do Campo Harmônico de Dó?
Isso é apenas uma pequena e inicial etapa de como identificar tons através da harmonia.
Algumas músicas possuem harmonias mais complexas, com acordes que fogem do campo harmônico principal, necessitando de outros conhecimentos para podermos interpretá-las corretamente.
Tais conhecimentos estão em outros artigos do blog.
Campo Harmônico Maior em Tétrades
Para o Campo Harmônico em tétrades iremos utilizar o mesmo mecanismo aplicado nas tríades, porém, com a adição do sétimo Grau.
- No nosso primeiro acorde, selecionando o primeiro, o terceiro, o quinto e o sétimo grau temos as notas dó, mi, sol e si. Essas notas formam o acorde de C7M.
- Agora vamos fazer a mesma fórmula no nosso segundo acorde do Campo Harmônico utilizando o ré como a primeira nota deste acordo.
- Sendo ré o primeiro, fá o terceiro, lá o quinto e dó o sétimo (lembre-se que a escala que estamos utilizando ainda é a de dó, só estamos começando a contá-la a partir do ré) temos o acorde de Dm7. Mais uma vez, aplique esse conceito aos próximos graus e teremos as seguintes tétrades no Campo Harmônico maior de C:
Aplicando o mesmo processo agora no tom de sol (ou seja, tomando a escala maior G como base) teremos as seguintes tétrades:
É importante atentarmos em que graus do Campo Harmônico ocorrem as tétrades 7M, m7, 7 e m7(b5).
- Os graus I – IV – são do modo maior e possuem as tétrades 7M.
- Os graus II – III – VI são do modo menor, e possuem as tétrades m7.
- O grau V é do modo maior e possui a tétrade 7.
- O grau VII possui a tétrade m7(b5).
Esse padrão irá se manter em qualquer tom que você montar o Campo Harmônico.
Assim fica mais fácil montá-lo em todas as tonalidades.
Grande abraço, bons estudos!
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